terça-feira, 27 de julho de 2010

O idioma artificial mais falado no mundo

Esperanto


O esperanto é a língua artificial mais falada no mundo, que tem cerca de 200 mil adeptos fluentes. Seu criador foi o polonês Ludwig Lazarus Zamenhof (1859-1917). Para ele, a adoção de uma língua universal seria a solução para os conflitos entre os povos. Daí o nome Esperanto que significa "aquele que tem esperança". Sua intenção e de seus adeptos não era de substituir todas as línguas do mundo, ainda bem.
A estrutura da língua é extremamente simples, por exemplo não tem os famosos "gênero e número" do português. Por isso, a sua aprendizagem é mais fácil do que uma língua não artificial. Muitos aprendizes de idiomas recomendam que se aprenda esperanto antes de uma outra língua, já que o Esperanto mistura várias línguas diferentes.

Seria possível o mundo todo falar apenas uma língua?

Não. Resposta cruel, eu sei. Mas uma língua sempre está em mudança. Se em no Brasil, já há uma enorme variedade regional do português falado, imagina uma língua para todo o mundo. As pessoas iam adotar e criar palavras que lhe fossem convenientes, tornariam o Esperanto mais complexo e as pessoas iam continuar sem se entender.
Assim, temos que nos tornar poliglotas e continuar a usar o Google Translator.

A título de curiosidade a segunda língua artificial mais falada é o Klingon, da série Jornada nas Estrelas, com 20 mil falantes. O terceiro idioma mais falado é o Sindarin, criada por Tolkien, com 10 mil falantes.

Os NERDs DOMINAM. hahahaha

Leia Mais…

terça-feira, 20 de julho de 2010

Dia do Amigo

Para comemorar o Dia do Amigo:

Quer saber como fazer amigos de outros países? Veja este post : Language Buddy




A palavra AMIGO e AMIZADE em algumas línguas:

Inglês – Friend/Friendship
Holandês – Vriend/Vriendschap
Alemão – Freund/ Freundschaft
Francês – Ami/Amitié
Italiano – Amico/ Amicizia
Espanhol – Amigo/Amistad
Japonês – Tomo 友 / yuujou 友情

Consegue marcas amigos neste cartoon, feito para colocar no Facebook? Caso não consiga ler, aperte na figura.



Tenha um ótimo dia do amigo

Leia Mais…

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Links - Japonês

http://www.aprendendojapones.com/ - O blog tem uma grande variedade de assuntos relacionados ao Japão, além das aulas, tem várias curiosidades culturais, aulas de origami...

http://www.nihongobrasil.com.br/ - O site também tem um grande conteúdo sobre a parte cultural do Japão, disponibilizando clipes e músicas. Ótimo para quem quer começar a estudar a língua.

http://www.linguajaponesa.com.br/ - Este site tem o foco um pouco maior na gramática, também tem dicas.

http://japanese-phrases.sakura.ne.jp/ - Site com frases e vocabulário com áudio, divididos por tema. Em inglês.

http://www.nhk.or.jp/lesson/portuguese/ - Site da rede NHK, tem cursos e testes.

http://www.mlcjapanese.co.jp/Download.htm - Lista de materiais para o estudo da língua japonesa. A maioria são textos, mas há áudios e animações em flash. Em inglês.

http://nihongo-dekimasu.blogspot.com/ - Blog com um material diverso de japonês disponível para download. Cursos em áudio, vídeo, livros, filmes...

Leia Mais…

sábado, 17 de julho de 2010

Links - Para estudo de inglês 2.0


http://englishtips.org/ - Site cheio de material para baixar, livros, jornais, audiobook,revistas, filmes, softwares, material para os principais exames, tudo isso em inglês. Obs.: não se esqueça de apertar a bandeira do Reino Unido, caso apareça tudo em russo. Em inglês

http://www.englishtips-self-taught.blogspot.com/ - Blog em português sobre inglês, apresenta textos com novas expressões e temas atuais.

http://www.englishexercises.org/ - Como o nome já diz, o site é de exercícios. Pode-se buscar exercícios por nível de proficiência ou tema. Bastante abrangente. Em inglês

http://www.manythings.org/ - O site tem um material simples, mas que pode ajudar muito. Inclui exercícios simples que cobrem gramática, pronúncia, leitura, compreensão textual e auditiva. Em inglês

http://englishmeeting.com/ - O site tem uns videozinhos que aparentemente são bobos, mas se prestar atenção, eles podem ajudar muito na pronúncia. Em inglês.

http://thewordnerds.org/ - Podcast de inglês, feito por três professores, desativado há muito tempo, mas ainda vale a pena ouvir os áudios antigos. Em inglês.

http://www.der-englisch-blog.de/ - Blog com várias explicações da língua inglesa. Em alemão.

http://www.inglesonline.com.br/ - O site tem vários textos explicativos e podcast. Tem muitas dicas, exercícios e links. Os vídeos são de um professor de inglês, que tem um portal no YouTube http://www.youtube.com/user/PrivateEnglishPortal

Leia Mais…

terça-feira, 13 de julho de 2010

Copa do Mundo: Espanha Campeã - Parte 2

Um pequeno resumo sobre as principais línguas do país.

A língua galega

O idioma é falado em Galiza e algumas outras regiões da Península Ibérica, além de comunidades imigrantes em Cuba, Argentina e Uruguai. Língua continua muito próxima ao português, mesmo tendo sido influenciada pelo castelhano.

A língua basca
 
Língua falada no País Basco e em Navarra, além de algumas regiões da França. A maior curiosidade do idioma é que não se sabe a origem da língua, pois ela era falada muito antes do latim começar a ser usado na região e não tem similaridade com outras línguas indo-européias.

"A língua basca é o desespero dos eruditos e a mais misteriosa de todas as línguas conhecidas" - Aldous Huxley, escritor inglês (1894-1963)

Língua catalã

O catalão também tem origem no latim vulgar. Começou a ser falada na região dos Pirineus e aos poucos se espalhou por Valência e as Ilhas Baleares. Ela é falado por cerca de 10 milhões de pessoas, sendo umas das línguas oficiais do Estado espanhol.

A língua espanhola

O espanhol ou castelhano tem origem no latim vulgar, ela se originou no norte da Península Ibérica e chegou ao Reino de Castela, tornando-se a língua oficial do Reino da Espanha. Com a expansão da Império Espanhol o idioma chegou a vários continentes. E é uma das línguas mais faladas do mundo. Hoje, o México é o país que tem mais falantes da língua.
Por esta razão, para os brasileiros é uma língua de grande utilidade. Quase todos os nossos vizinhos falam a língua, e depois do inglês é o idioma mais cobrado pelas empresas.

Dificuldade

Para brasileiros e outras falantes de línguas românicas o espanhol é fácil. Para se ter uma idéia cerca de 85% do vocabulário é o mesmo do português, além disso a gramática é muito similar. A dificuldade fica neste caso é com as expressões idiomáticas e a algumas pronúncias que são diferentes.

Vocabulário de futebol em espanhol

Jogador – Jugador
Goleiro – Guardameta, portero
Técnico – Director técnico (DT)
– Aficionado, hincha, fan
Vestiário – Vestidores
Bola – Pelota, balón
Área de pênalti – Área del penal
Cartão vermelho – Tarjeta roja
Cartão amarelo – Tarjeta amarilla
Gol contra – Gol en contra
Travessão- - Travesaño
Campeonato – Torneo
Seleção Nacional – Selección nacional
Campeão do Mundo – Campeón del Mundo
Para terminar um vídeo feito pelo Governo Espanhol, divulgando o país.

Leia Mais…

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Copa do Mundo: Espanha Campeã - Parte 1

A Copa do Mundo de futebol chegou ao fim e a Espanha, depois de apanhar muito, consegui se consagrar campeã pela primeira vez. Como não podia deixar de ser, vamos fazer um especial do país. O primeiro post sobre o país pode ser encontrado aqui.


Espanha para todos os gostos

A Espanha sempre passou por muitos problemas étnicos e continua passando. Muitos galegos, catalães e bascos não se sentem representados pela seleção. Esta questão já foi muita vezes incômoda em várias formações do time espanhol. Mas esta nova seleção, mesmo que momentaneamente, uniu a maioria dos espanhóis, já que nela há diversos jogadores de origem catalã ou basca. Mas deixando a política de lado...
Deve-se aproveitar toda a diversidade cultural que a Espanha oferece.

Para os religiosos, além das inúmeras igrejas, e do famoso Caminho de Santiago de Compostela, na Galiza, há belíssimas procissões durante a Semana Santa em Sevilha, tudo muito bem elaborado e trabalhado. A cada dia várias irmandades da cidade saem pelas ruas representando a morte e ressurreição de Cristo.

Para os amantes da arte e arquitetura há diversos lugares no país para se visitar. Uma das contruções mais incríveis do mundo, o museu Guggenheim de Bilbao (foto), no País Basco é parada mais que obrigatória.
Há também muita arte em:
- Toledo, em Castela La Mancha - Além da arquitetura gótica representada pela Catedral da cidade, há grandes obras artísticas de Velásquez, Ticiano e Goya, além da obra-prima de El Greco, "O enterro do conde Orgaz" na Igreja de São Tomé.
- Barcelona, Catalunha - Provavelmente, a cidade mais charmosa da Espanha, pode-se respirar arte por todo canto, os pontos mais famosos são a Sagrada Família de Gaudí, que permanece incompleta; o Museu Picasso e o Museu Nacional de Arte da Catalunha.
 - Madri - na capital encontram-se diversos e importantes museus, que misturam arte e história,como o do Museu do Padro, o Centro de Arte Reina Sofia e o Museu Thyssen-Bornemisza, que formam o "Triângulo Dourado dos Museus".

Falando em história é em Cantábria que se localiza as Cavernas de Altamira (foto), chamada de Capela Sistina da arte pré-histórica, as cavernas possuem um dos mais importantes exemplos da pintura paleolítica em toda a Europa. E por isso (e pelo estrago que o turismo fez no passado) que as visitas são limitadas a no máximo 25 pessoas por dia, sendo que a prioridade é dada para acadêmicos e pesquisadores.



Próximo post: mais sobre as línguas do país.

Leia Mais…

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Rádios e TVs do Mundo



Já que ontem eu dei a dica sobre jornais do mundo, hoje vou colocar links para rádios e TVs online. Na minha opinião a primeira habilidade que se deve dominar no estudo de uma língua é o da escuta. Ouvir música acaba sendo um dos modos mais agradáveis modos de se aprender um idioma.
Já a TV tem como grande vantagem além de você escutar, você pode ver. O que ajuda muito a reparar costumes e a linguagem corporal das pessoas. Assistir TV pela internet ainda não é muito confortável e é necessária uma ótima conexão.

http://www.radios.com.br/novo/inter.htm - Links para rádios de todo o mundo, separado por país.

Para achar bons canais de TV é necessário muita pesquisa. Aqui vão links de sites que tem TV online. Há também programas para assitir TV. Eu já usei o Megacubo há muito tempo atrás. Não sei como está agora, mas até que não decepciona, não.

http://www.freeworldtelevision.com/ - Foi aonde eu consegui a conexão mais rápida. Dependendo do canal foi sem falhas. Recomendo.
http://www.livestation.com/ - Site com poucas opções e apenas com sites de notícias. Apesar disso, funcionou bem.

Bons estudos

Leia Mais…

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Jornais do mundo

Para quem estuda uma língua é essencial ler na língua alvo, uma ótima forma de se fazer isso é lendo jornais online. Isso por que os textos costumam ser curtos, sem erros ortográficos e ainda é grátis.



http://www.netpapers.com/ - Com uma lista enorme de jornais, de muitos países. Mesmo os menores ou mais distantes, como por exemplo Vaticano, Afeganistão, Iraque e Uzbequistão.

http://misdiarios.com/ - Links para jornais em espanhol de vários países, não só os países de língua espanhola.

http://www.indekx.com/ - Não tem muita variedade de jornais e de países, mas tem links para algumas revistas.

Boa leitura

Leia Mais…

terça-feira, 6 de julho de 2010

Copa do Mundo: Os jogadores e os idiomas

O futebol, todo mundo sabe, é o esporte mais popular do mundo. Por causa disso há um grande mercado de jogadores que mudam muito de clube e outras vão para outros países. Sendo assim, muitos aprendem outras línguas. O jogador da seleção suiça Gelson Fernandes, dizem, fala cinco línguas fluentemente: alemão, italiano, francês, espanhol e inglês. Já Ronaldo, em recente entrevista à Marília Gabriela afirmou que o futebol o ajudou a conhecer novas culturas e aprender novas línguas. Diz ele que sabe espanhol, italiano e inglês, e ainda entende o holandês, mas que falar é mais difícil, pois não pratica há muito tempo.

Dá para checar a habilidades línguísticas deles aqui:

Ronaldo falando italiano



Não falo italiano, mas parece que ele fala bem, misturando um pouco com o espanhol.

Gelson Fernandes falando francês



Gelson Fernandes falando inglês



O francês eu não sei, mas o inglês dele me pareceu muito bom, apesar do sotaque que é uma coisa absolutamente normal.

Existem ainda, é claro, os jogadores e técnicos que falam muito mal o idioma dos países que o acolheram. Esses vídeos são bem famosos na net, vendo pelo lado positivo, pelo menos eles tentam.

Para não deixar a página muito pesada, vou deixar apenas os links:


Leia Mais…

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Como aprender um idioma - Mais dicas

Para quem olhou a entrevista do Carlos Amaral Freire no YouTube, percebeu que o segredo é dedicação e autodisciplina. Já dei algumas dicas aquiaqui, hoje vou dar outras, mas reforço duas dicas anteriores: estude todo dia e revise.

Esqueça a gramática

A primeira coisa que se deve aprender é a escutar, entender a entonação e ritmo do idioma. Isso vai ajudar você a se comunicar melhor. Só depois de já estar acostumado a escutar o idioma é que você passa a falar, ler ou escrever. Um erro grave é tentar começar já lendo, se você não sabe a pronúncia acaba lendo de forma errada e o pior vai ficar viciado no erro. Aí para consertar vai ser muito mais difícil. A gramática se aprende com o tempo, naturalmente, não adianta tentar decorrar regras, já que na hora de falar não dá para você ficar pensando nas regrinhas.

Evite traduzir

Falar um língua significa entendê-la. Sendo assim, não tente traduzir, tente entender as palavras dentro de um contexto, uma frase, pois dessa maneira se aprende melhor. Claro que no começo é difícil, por isso tente usar um dicionário monolíngue, em vez do bilíngue. Com o tempo o processo fica natural.

Audiobooks, podcasts e rádios

Com a internet ficou bem mais fácil ouvir uma língua estrangeira, uma rápida busca pelo google e você achar sites com rádios online, podcasts e audiobooks. Essas ferramentas são muito boas para treinar a escuta. Ainda, muitas vezes, pode-se baixar junto com os podcasts e audiobooks os textos para acompanhar, o que ajuda na prática da leitura também. Para não ficar cansativo ou difícil sugiro começar com livros infantis.

Como últimas dicas: varie o material, nenhum método ou ferramenta é completo. E principalmente: Have fun!!

Espero que tenham gostado das dicas.


Leia Mais…

terça-feira, 29 de junho de 2010

Quantas línguas são faladas no mundo? E no Brasil?

De acordo com o website Ethnologue, cujo livro é a maior publicação sobre linguística do mundo, existem 6.909 idiomas falados no mundo. No Brasil fala-se 181 línguas, existem outros 55 idiomas considerados extintos, pois não há conhecimento de falantes. Este mapa mostra o lugar onde estas línguas são faladas. Clique para ampliar

Lewis, M. Paul (ed.), 2009. Ethnologue: Languages of the World, Sixteenth edition. Dallas, Tex.: SIL International. Online version: http://www.ethnologue.com/

Outras curiosidades

  • Cerca de de 94% dos idiomas do planeta são falados por apenas 6% da população mundial.
  • Na Coréia do Norte, em Santa Helena, no Estado do Vaticano e nas ilhas Falkland fala-se apenas uma língua.
  • O país onde se fala mais línguas é a Papua Nova Guiné, são documentadas 830 línguas.
  • O idiomas mais falado do mundo é o mandarim, em segundo lugar fica o hindi. O português é a sétima língua mais falada no mundo.


Leia Mais…

domingo, 27 de junho de 2010

O maior poliglota do mundo

O recorde é de um brasileiro chamado Carlos Amaral Freire. Aqui no blog vou colocar uma entrevista feita com ele em 2003, pelo site Jornaleco. E uma reportagem mais recente falando sobre o recorde dele, feito pelo Portal Biguá. Ainda, há uma entrevista disponível no YouTube para quem tiver mais curiosidade.

Reportagem

Poliglota bate o recorde mundial de idiomas

Carlos Amaral Freire, 74, bate o recorde mundial de quem mais estudou idiomas.

O Professor aposentado Carlos Amaral Freire, 74, acabou de bater o recorde mundial de aprendizado de línguas- 115. O recorde anterior era do cardeal italiano Giuseppe Mezzofanti (1774-1849), do século 19, a quem era atribuído o feito de poder traduzir 114 línguas.

Gaúcho de Don Pedrito, fronteira com o Uruguai, Carlos Freire mora num sítio no Morro das Pedras, Florianópolis. Publicou ano passado um livro intitulado “Babel de Idiomas”, onde traduziu para o português poemas em 60 línguas diferentes.

Se não for provado o contrário, Carlos bateu outro recorde: o do ser humano que conseguiu publicar traduzindo para sua língua materna (no caso dele, o português) poemas escritos no maior número de idiomas. O Guinness (livro de recordes) será consultado em breve para dar um parecer.

O Biguaçu em Foco descobriu o professor Carlos Freire, um intelectual arredio a badalações e à autopromoção, por intermédio do professor de árabe e russo, Manhal Kasouha Cherem, de Florianópolis.

O JBFoco publicou reportagem sobre a história do professor Freire em outubro de 2004, matéria esta que acabou sendo premiada neste ano num concurso da Adjori/SC (Associação de Jornais do Interior de Santa Catarina).

Detalhe

Freire não fala 115 línguas. Isso é humanamente impossível. Haja memória! Ele fala umas 30 com ou mais ou menos razoável fluência.

Tem idioma que ele estudou há 30 anos e nunca mais revisou por falta de tempo porque está sempre estudando uma nova língua. E se ele deparar com o idioma estudando há muito tempo, certamente não o lembrará na hora. Ele precisa de algumas horas ou dias para relembrar a língua.

Hoje ele está “enferrujado” na língua macedônia. Mas na década de 1990, Freire surpreendeu um jornalista macedônio (da Macedônia, região da Iugoslávia) dando uma entrevista naquela exótica língua um mês depois que começou a estudar o idioma.

Desde a juventude, ele se dedicou única e exclusivamente ao estudo de idiomas. Continua até hoje com a rotina de passar de três a quatro horas por dia estudando. Na realidade, a capacidade de Freire é traduzir, COM ou SEM DICIONÁRIO, textos nas 115 línguas que estudou. Carlos foi reconhecido pela Universidade de Cambridge, Inglaterra, que lhe conferiu o certificado dos 2001 homens mais surpreendentes do século XX.

Um homem desse merecia até ser um “Globo Repórter” especial.

Lista das 115 línguas estudadas pelo professor Freire

Africânder
Aimará
Albanês
Alemão
Suíço
Árabe
Aramaico
Armênio
Assírio
Azeri
Basco
Bengali
Bielo-russo
Birmanês
Bislama
Bretão
Búlgaro
Caingangue
Cantonês
Casaque
Catalão
Chinês
Coreano
Corso
Crioulo francês do Haiti
Crioulo Giné Bissau
Curdo
Dinamarquês
Egípcio
Eslavônico
Eslovaco
Esloveno
Espanhol
Esperanto
Estoniano
Feróico
Filipino
Finlandês
Francês
Franco-provençal
Frísio
Friulano
Gaélico escocês
Galego
Galês
Georgiano
Grego clássico
Grego moderno
Guarani
Hauça (ou Hausa)
Hebraico
Híndi
Hitita
Holandês
Húngaro
Iídiche
Indonésio
Inglês
Ioruba
Irlandês
Islandês
Italiano
Japonês
Javanês
Khmer
Ladino (Dalmácia)
Ladino (Judeu-Espanhol)
Latim
Letão
Lituano
Luxemburguês
Macedônio
Maia
Malaio
Malgaxe
Maltês
Mapuche
Mongol
Náutle
Neomelanésio
Nepali
Papiamento
Pashto
Persa
Polonês
Provençal
Quíchua
Romanche
Romani (Cigano)
Romeno
Russo
Samoano
Sânscrito
Sardo
Servo-croata
Somali
Sorábio (alto)
Sorábio (baixo)
Suaíli (Swahili)
Sueco
Tailandês
Tâmil
Tártaro
Tcheco
Tibetano
Tupi
Turco
Ucraniano
Uólof (Wolof)
Urdu
Uzbeque
Vietnamita
Volapük
Xavante
Zulu

Entrevista
 
Feita por Janer Cristaldo
 
Considerado pela Universidade de Cambridge como um dos dois mil eruditos do século XXI, ele já estudou sistematicamente mais de cem línguas, das quais domina sessenta. Há mais de quarenta anos vem desenvolvendo o projeto de estudar sistemática e cientificamente duas novas línguas por ano. Traduziu para o português poesias de 60 idiomas, desde o sanscrito até o chinês, reunidos na antologia multilíngüe Babel de Poemas, cuja edição está sendo negociada com a editora gaúcha L&PM. Uma monografia sua, Los fonemas oclusivos y africados del aymara y del georgiano, foi publicada em espanhol pela Universidade de Sucre e traduzida ao russo e ao serbo-croata. Nasceu em Dom Pedrito, RS, há setenta anos e estudou nos Estados Unidos, Espanha, Itália, China, na ex-Iugoslávia, na ex-Tchecolosváquia e na ex-URSS. Tem 70 anos, chama-se Carlos do Amaral Freire e vive atualmente em Florianópolis.

Janer- Onde e como surge teu interesse por línguas?

Carlos - O meu interesse pelo estudo das línguas estrangeiras surgiu cedo, quando era ainda estudante ginasiano, ao dar-me conta de que ler os clássicos estrangeiros em traduções representava uma enorme desvantagem, isto é, que somente lendo no original eu poderia usufruir do prazer estético que só o original oferece plenamente. Depois, o fascínio pelo estudo, pela descoberta, através das línguas, de outros tantos mundos, culturas e maneiras diferentes de pensar tomaram conta de mim, principalmente com as muitas viagens que realizei mais tarde. O conhecimento de muitas línguas estrangeiras deu-me a oportunidade de fazer amizades com muitas pessoas em vários lugares do mundo. O domínio de línguas estrangeiras nos fornece, talvez, a ferramenta mais eficiente para o conhecimento e a aceitação do diferente.

Janer-Te dedicaste nos últimos anos a um empreendimento insólito em língua portuguesa e mesmo nas demais línguas, a tradução de 60 poemas de sessenta idiomas diferentes. Tens dificuldades para a publicação desse trabalho?

Carlos -Há mais de 20 anos venho fazendo traduções, tanto prosa como poesia, de muitíssimas línguas estrangeiras ao português. Primeiramente, comecei a fazer traduções de contos, principalmente, e de poemas como hobby. Ou melhor, como um desafio lingüístico para testar minha própria habilidade e conhecimento das línguas que vinha estudando sistematicamente há mais de 40 anos. Me explico... quando estudo uma determinada língua, me proponho como objetivo final chegar ao ponto de poder traduzir algo dessa língua ao português. E, se possível, conseguir comunicar-me nela oralmente. Comecei com as traduções de pequenos poemas das línguas latinas, germânicas e eslavas. Depois... as demais. Mais tarde, aconselhado por amigos, resolvi reunir todas as traduções a fim de fazer uma antologia multilingüe, na qual constasse o original vis-à-vis com a respectiva tradução ao português. E, como apêndice, pequenas notas biográficas e lingüísticas onde dou algumas informações sobre algumas línguas exóticas ou pouco conhecidas do leitor brasileiro, como georgiano, maltês, romani, papiamento, romanche, indonésio, sauíli, albanês. Etc. Sim, tenho dificuldade de encontrar um editor. Algumas editoras (universitárias, principalmente) disseram-me que havia problemas técnicos – doze alfabetos diferentes, necessidade de criar vários sinais diacríticos e símbolos diferentes – creio porém que a razão principal foi a constatação de que semelhante edição poderia ser onerosa e com pouco retorno financeiro.

Janer -Onde aprendeste línguas não-latinas, como chinês, russo e árabe?

Carlos - As línguas latinas e as germânicas estudei-as em Porto Alegre, na PUC. As eslavas estudei nos Estados Unidos, Itália, Iugoslávia, Tchecolosváquia e na ex-URSS. O russo eu já tinha iniciado aqui no Brasil, com emigrantes, durante a época que estava na universidade. Com o russo criei um método que considero muitíssimo eficiente. Fui morar com uma família russa para ter a possibilidade de aprendê-lo na prática, na necessidade de cada dia. A parte teórica eu estudava sozinho.
O chinês, que tinha começado aqui no Brasil, com nativos dessa língua (o mandarim) tive, mais tarde, a oportunidade de seguir um curso regular na Universidade de Madri e, depois, na Universidade do Texas. Bem mais tarde, por volta de 1985, fiz um curso intensivo na Universidade de Pequim. Estudei o árabe, principalmente, com os muitos amigos palestinos que tinha aqui no Brasil. Depois tive a oportunidade de seguir um curso teórico-prático dessa língua, também na Universidade de Madri.
Em resumo, poderia dizer que estudei umas 30 línguas em cursos regulares, oficiais ou universitários. As demais, estudei-as autodidaticamente. Alguém já disse que as dez primeiras são as mais difíceis. Depois, de acordo com o objetivo em vista ou a necessidade momentânea, a gente inventa o seu próprio método.

Janer-Julgas ser o chinês uma língua simples?

Carlos -Sim, o chinês é muito simples, no sentido lingüístico do termo. Isto é, uma língua simples em contraste com as indo-européias, por exemplo, que são línguas complexas. Creio que esta é, justamente, a razão principal porque a sua aprendizagem se torna tão difícil para nós, ocidentais. Estamos acostumados às estruturas lingüísticas complexas, como a do português. O chinês é extremamente conciso, não tem gêneros nem números gramaticais e o verbo não se conjuga. Simples não é sinônimo de fácil e, no caso do chinês, é antônimo. As estruturas simples tornam-se difíceis, confusas, pois não sabemos como compará-las com as nossas.

Janer -Na Bolívia, encontraste um futuro "não-aristotélico" no aimara. Conta melhor essa descoberta.

Carlos -Durante minha longa estada (dez anos) na Bolívia, onde dirigi o Centro de Estudos Brasileiros em La Paz, nomeado pelo Itamaraty, tratei logo de estudar as línguas altiplânicas, com falantes nativos. Essa experiência me foi muito valiosa, pois pouco mais tarde fui convidado a lecionar Lingüística Contrastiva na Universidade Mayor de San Andrés, em La Paz. Foi comparando as estruturas lingüísticas dessas línguas com várias outras, indo-européias ou não, que cheguei a algumas conclusões interessantes sobre as notáveis semelhanças fonéticas delas com as línguas caucásicas e das características estruturais com as línguas altaicas.
Quanto ao aimara, como demonstrou cabalmente o matemático e aimarista boliviano Guzmán de Rojas, “existe uma lógica lingüística diferente, não-aristotélica, claramente incorporada na sintaxe dessa língua”.
A comunicação deficiente, ou melhor, o desentendimento multissecular entre os indígenas e os conquistadores e seus descendentes explica-se, em grande parte, devido a sua diferente cosmovisão que, no caso dos aimaras, reflete-se nitidamente em sua sintaxe através de morfemas especiais bem definidos. Nós que falamos línguas indo-européias estamos imbuídos da concepção aristotélica, dicotômica, de verdadeiro X falso, certo X errado, sim X não, e temos certa dificuldade em aceitar ou compreender a concepção trivalente: certo-errado-verossímil, do aimara, onde a ambigüidade ou o terceiro não incluído tem valor de verdade. A fim de tornar mais claro o tipo de lógica trivalente do aimara usarei dois exemplos da notável monografia de Guzmán de Rojas, Problemática Lógico-lingüística de la Comunicación Social en el Pueblo Aimara. Quando um falante nativo aimara, expressando-se em espanhol, diz: “- Mañana he de venir nomás”, as palavras usadas não coincidem com o significado que as mesmas têm em espanhol, ou teriam em português. A expressão “nomás”, muito típica do espanhol popular da Bolívia e do Peru, em situações semelhantes, revela, na verdade, o pensamento aimara maltraduzido ao espanhol. Em sua língua materna usaria a frase: “- Qharürux jutätki”, onde o morfema “ki” traduz ou expressa a dúvida simétrica, o terceiro valor da verdade, o que simplesmente não existe em nossas línguas. Usa, pois, a expressão 'nomás” para traduzir o sufixo “ki”, indicativo apenas de verosimilhança.
Na realidade, ele quer dizer o seguinte: “amanhã pode ser que eu venha ou pode ser que eu não venha. Não estou me compromentendo”. Quando diz, porém “- Mañana he de venir pues”, usa o “pues” para traduzir o sufixo “pi” do aimara, que indica certeza. Assim, “- Qharüru jutätpi” é a forma aimara que corresponderia ao nosso “- Amanhã eu virei certamente, me comprometi”. Vemos, portanto, que o aimara tem um futuro positivo, um futuro negativo e um futuro de dúvida simétrica. Assim que, se os nossos políticos falassem em aiamara, teriam de escolher bem o tipo de futuro a que se referem.

Janer -Andei pesquisando sobre o Guzmán de Rojas. Não sei se sabes, mas ele criou o Qopuchawi, um ICQ que traduz instantaneamente mensagens a seis idiomas.

Carlos -Durante minha longa estada em La Paz, tive o privilégio de fazer amizade com Guzmán de Rojas e de acompanhar, de perto, o seu projeto. E sabes qual é a língua que usa como base para a tradução das restantes cinco? É o aimara, uma língua aglutinante de extraordinária regularidade sufixal.

Janer -Tens um estudo sobre as afinidades fonológicas entre o aimara e as línguas caucásicas, publicado pela Universidade de Sucre e traduzido ao russo.

Carlos -A minha monografia se chama Los fonemas oclusivos y africados del aymara y del georgiano, publicado pela Universidade de Sucre. Pouco depois foi traduzido ao russo, pois a comparação com o georgiano sempre interessou os lingüistas soviéticos. Mais tarde, entre 1968-88, período em que exerci a função de Leitor de Língua Portuguesa na Universidade de Belgrado, esse trabalho foi traduzido ao servo-croata, pois despertara muito interesse não apenas aos lingüistas mas também a alguns antropólogos e outros profissionais que assistiram às minhas conferências. Estou convencido de que tanto o quíchua como o aimara são línguas tipologicamente altaicas. Contudo, fonologicamente se assemelham às línguas caucásicas e, particularmente, ao georgiano, a língua materna de Stalin.

Janer -Podes nos contar como chegaste lá?

Carlos -Como cheguei lá? Por acaso... Eu estava dando uma aula de fonologia aos meus alunos de Línguas Latinas da Universidade de La Paz. Apresentei-lhes uma fita gravada numa língua desconhecida para eles (e para mim mesmo, naquela ocasião). Depois de terem ouvido o texto várias vezes no laboratório lingüístico eu lhes pedi que transcrevessem com o alfabeto fonético internacional (IPA) as palavras que tinham escutado repetidas vezes. Terminado o trabalho, verifiquei que aqueles alunos, cujas línguas maternas eram o quíchua e o aimara, acertaram mais de 80% o exercício, enquanto que os falantes nativos de outras línguas tiveram um acerto de, no máximo, 20%. A conclusão? Quem ouve pela primeira vez uma língua desconhecida e consegue identificar mais de 80% de seus fonemas é porque, quase seguramente, esses mesmos fonemas existem nas suas línguas maternas.

Depois disso prossegui com minhas investigações, entrei em contato com colegas da Universidade de Tbilissi, capital da Geórgia e, para minha surpresa, fui convidado a fazer pesquisas de campo in loco pela Academia de Ciências da então República Socialista da Geórgia. O meu trabalho, Los fonemas oclusivos y africados del quecha y del aymara é o resultado prático dessas pesquisas. E, de fato, o georgiano, aquela língua desconhecida das aulas de fonologia, tem notável semelhança fonológica com o aimara.

Janer -Quantas línguas dominas atualmente e quais são teus critérios para dar uma língua por dominada?

Carlos -Dominar completamente uma língua, até mesmo a própria língua materna, é uma empresa extremamente difícil. Pra mim, contudo, dominar uma língua é possuir um conhecimento teórico-prático que me permita comunicar-me nela e de poder traduzir, ainda que com dificuldade, um texto literário. Baseado neste critério, um tanto pessoal, eu poderia dizer que domino umas 30 línguas. Outras tantas posso traduzir, mas tenho pouco conhecimento prático. Quando me perguntam quantas línguas falo (ou domino) prefiro responder que conheço, isto é, que já estudei, com critérios filológicos-lingüísticos, mais de 100 línguas durante um período de mais de 50 anos consecutivos. Depois de me ter formado em Línguas Neolatinas e em Línguas Anglo-germânicas (PUC, 1958), mantenho a tradição de começar a estudar, sistematicamente, ao menos uma nova língua estrangeira no início de cada ano. Já escolhi a próxima, wolof (uólofe), que comecei a estudar no dia 1° de janeiro de 2003.

Janer -Traduzir é impossível. Mas é necessário. Como é que fica um texto traduzido do chinês para o português?

Carlos -Não creio que a tradução seja impossível e, a prova disso é que há traduções realmente notáveis, excelentes, principalmente quando a língua-fonte e a língua-alvo pertencem ao mesmo grupo lingüístico e as culturas que elas veiculam são próximas. Na introdução que faço à minha antologia Babel de Poemas, tento mostrar que a poesia clássica chinesa é quase intraduzível. Pode-se traduzir parte dela, não o todo. Por que? Porque a poesia chinesa é escrita em ideogramas, verdadeira arte plástica. É língua tonal, portanto música. É lirismo, literatura por seu conteúdo poética. O poema chinês é uma combinação dessas três artes: pintura, música e literatura.
A caligrafia chinesa é uma arte que não consiste apenas em caracteres ou palavras para transmitir uma mensagem, mas deve compreender, além disso, um elemento visual que expresse um significado por meio da forma. Os ideogramas têm, portanto, alto valor simbólico, intraduzíveis a outras línguas. A descoberta do imenso valor estético dos ideogramas pelos poetas ocidentais, principalmente Ezra Pound e, depois pelos nossos poetas concretistas, foi uma fonte fecunda de inspiração.
Concluindo, poderíamos dizer que o verdadeiramente intraduzível da poesia chinesa não se escreve, mas se pinta com pincel, arte plástica, ou se ouve, quando se lê em voz alta, combinação de tons, música. O que resta, ao traduzir, é algo abstrato e genérico. É como tirar dessa poesia algo consubstancial ao seu corpo. É justamente essa harmonia intrínseca entre conteúdo, forma e um estilo extremamente conciso o que torna a poesia clássica chinesa quase intraduzível.

Janer -Segundo o lingüista francês Claude Hagège, uma língua desaparece todos os quinze dias. Ou seja, 25 línguas morrem por ano. Mais da metade das 600 línguas indonésias seriam moribundas. O ritmo de extinção de línguas, que já se havia acelerado no século passado, deve atingir grandes proporções neste. Isto empobrece a humanidade? Ou torna mais fácil a comunicação entre os homens?

Carlos -O caso das línguas malaio-polinésicas é muito ilustrativo. Elas são faladas desde Madagascar até a Polinésia. Só na República da Indonésia falam-se mais de duzentas línguas diferentes. Como todas essas línguas pertencem à mesma família lingüística foi relativamente fácil elevar o indonésio á categoria de língua oficial do país, pois ela é uma língua veicular, resultado da simplificação e assimilação de muitas outras línguas locais. Somente aquelas línguas antigas indonésias, que têm história e literatura importantes, como o javanês (60 milhões de falantes), o sudanês, o batak, o madurês, o balinês e poucas outras poderão subsistir por muito tempo. O ritmo de extinção das línguas deverá continuar enquanto os países interessados não tiverem políticas lingüísticas definidas, as condições econômicas necessárias e, acima de tudo, contar com lingüistas competentes que possam estudar e classificar as línguas minoritárias em via de extinção. Para que não desapareçam completamente é absolutamente fundamental que elas não continuem como línguas não-escritas e que haja escolas onde possam ser ensinadas. Teoricamente, é claro que a comunicação entre os homens seria facilitada se houvesse apenas umas poucas línguas, porém é igualmente certo que isso acarretaria um enorme empobrecimento do espírito. As línguas são aspectos fundamentais, únicos e irrepetíveis da experiência humana. E, aliás, a característica maior de nossa espécie. Cada língua que desaparece – principalmente sem deixar vestígios, sem ter sido estudada e documentada – significa a extinção de uma espécie.

Janer -Há um estudo alarmante da Unesco, segundo o qual nada menos 5.500 línguas, entre seis mil, desaparecerão dentro um século. Acreditas nesta possibilidade?

Carlos -Se não tomarem, ao menos, as providências acima enumeradas, o desaparecimento de centenas de línguas será inexorável a curto prazo.

Janer -A expansão do anglo-americano e de outras grandes línguas pode ser responsabilizada por este massacre de línguas?

Carlos -A expansão do anglo-americano, assim como a de todas as grandes línguas internacionais, é a conseqüência lógica das conquistas militares e econômicas, tanto no passado como no presente. A língua do conquistador, geralmente, prevalece.

Janer -Teu atual projeto é estudar o wolof. Consta que esta língua é tão perigosa para as línguas minoritárias do Senegal como o inglês ou o francês, pois não é considerada língua estrangeira e possui o prestígio das grandes línguas africanas. Tens opinião sobre a polêmica?

Carlos -No Senegal existem dez línguas nativas, das quais seis foram promovidas a línguas nacionais. O wolof é compreendido por 80% da população. As seis línguas nacionais – peul, serere, diola, malinke e soninke, além do wolof – são ensinadas nas escolas primárias e difundidas através do rádio e da televisão. O Senegal tem, portanto, uma política lingüística definida e não creio que as outras restantes corram o risco de extinção, não como em outros países. A tendência no Senegal é a de continuar o francês como língua oficial e o wolof como língua veicular mais importante entre as demais etnias.

Janer -Por toda a parte, há esforço de lingüistas tentando salvar línguas faladas por comunidades de até 50 ou 100 pessoas. Vale a pena o esforço?

Carlos - Foi justamente o conhecimento de uma das mais antigas línguas pré-colombianas, o aimara, falado por uns dois milhões de pessoas na Bolívia e no Peru, que levou Guzmán de Rojas a constatar que essa língua nativa tem uma lógica do Terceiro Incluído imbuída em sua sintaxe, isto é, uma lógica trivalente e não a lógica dicotômica (verdadeiro x falso), aristotélica, de todas as línguas indo-européias, de toda a cultura ocidental. Há séculos os falantes dessa língua raciocinam segundo esse princípio, hoje reconhecido e defendido por um grande número de cientistas e filósofos: Lobachewsky, Vasilev e J. Lukasiewicz, na matemática. Planck na física, J. Lacan na psicanálise e muitos outros. Esse é apenas um exemplo eloqüente para comprovar o quanto a lingüística aplicada ao estudo de línguas minoritárias e exóticas poderá contribuir para a ciência, para o conhecimento do homem.
Estou plenamente convencido de que o aprofundamento dos estudos de línguas que expressam culturas não-aristotélicas poderá trazer ainda muitas contribuições nesse campo de investigação do Terceiro Incluído. Creio que a investigação sobre a Weltanschaaung, sobre a cosmovisão de falantes de línguas indígenas, assim como a de falantes do chinês, do japonês e do coreano – e de outras línguas não tributárias do princípio da contradição e da lógica clássica – poderá confirmar, definitivamente, a tese do Terceiro Incluído num futuro próximo. É pertinente lembrar que o próprio Einstein admitiu que o princípio do Terceiro Excluído, da ciência clássica, é apenas um postulado metafísico.
Não há dúvida! Vale a pena o esforço. Essa é uma tarefa absolutamente prioritária da lingüística.

Janer -No País Basco e na Catalunha, as escolas estão dando mais ênfase ao basco e ao catalão que propriamente ao espanhol. Na Espanha, há pais que já não conseguem se comunicar com os filhos. A teu ver, há algum lucro em renunciar a um idioma falado por centenas de milhões de pessoas e encerrar-se em uma língua minoritária, falada apenas por centenas de milhares?

Carlos -O caso do basco (euskera) e do catalão é de outra natureza. O basco continua sendo um enigma para a lingüística. Não tem parentesco cientificamente comprovado com nenhum grupo lingüístico. É uma língua única, amada, estudada e difundida por seus falantes. Ao contrário das centenas de línguas africanas, asiáticas e ameríndias, está longe de desaparecer. Ao contrário, o interesse por ela tem crescido enormemente e está sendo ensinada e difundida pela mídia, em todos os níveis.
O catalão é uma língua de riquíssima história e magnífica literatura. Está fadado a um crescimento constante. Se a política lingüística do governo espanhol continuar democrática como está sendo atualmente, reconhecendo autonomia às províncias com língua e cultura próprias, a sorte delas estará garantida. Somente se houver ruptura do Estado e essas províncias se tornarem independentes, aí sim os seus falantes preferirão a língua materna em detrimento do espanhol.

Janer -Está sendo proposta uma nova língua na Europa, o europanto. To speakare europanto, tu basta mixare alles wat tu know in extranges linguas. Seria a única língua do mundo que se aprende quase sem estudá-la. Teria 42% de inglês, 38% de francês, uns 15% de um misto de outras línguas européias e uns 5% de fantasia. No est englado, non est espano, no est franzo, no est keine known lingua aber du understande. Wat tu know nicht, keine worry, tu invente. Terá futuro?

Carlos -Não creio que o europanto tenha futuro. Aliás, a questão de aceitação de uma língua artificial internacional é mais política do que lingüística. Do ponto de vista puramente lingüístico, o esperanto é uma obra-prima e, no entanto, ainda não conseguiu impor-se como deveria.

Janer -Quantas línguas já esqueceste?

Carlos -É uma boa pergunta... Já esqueci muitas, ou melhor, muitas das línguas que estudei estão bastante desativadas. Contudo, com um pouco de esforço elas poderão ser reativadas novamente. Traduzir, por exemplo, é uma das melhores maneiras de não esquecê-las. Por outro lado a idade – estou com 70 anos – é um fator negativo inexorável.

Entrevista disponível no YouTube

Posto apenas a primeira parte (tem 13 partes), para que a página carregue rápido.

Links disponíveis abaixo do vídeo

 



Leia Mais…

sábado, 26 de junho de 2010

Famosos e Poliglotas

Top 5 de famosos que são ou que eram poliglotas.

Dolph Lundgren (1956): o ator sueco ficou famoso pelos filmes Rocky IV, Mestres do Universo (no qual interpretava He-Man) e o O Justiceiro. Ele fala sueco, alemão, francês, espanhol, inglês e ainda sabe um pouco de japonês e italiano.

Jacqueline Kennedy Onassis (1929-1994): a ex-primeira dama que era conhecida por sua elegância e diginidade, também era poliglota. Falava inglês, francês, espanhol e italiano.

Audrey Hepburn (1929-1993): A atriz e modelo mundialmente conhecida pelos filmes Minha Bela Dama e Bonequinha de Luxo falava espanhol, francês, inglês, holandês e italiano.

Penélope Cruz (1974): A primeira atriz espanhola a ganhar o Oscar, Penélope Cruz fala três idiomas além do espanhol, são eles inglês, italiano e francês.

Papa Bento XVI (1927): O Papa domina seis línguas: o alemão, italiano, francês, espanhol, inglês e latim. Quando esteve no Brasil comunicou-se em português, mas ainda não fala fluentemente. Além disso, lê grego antigo e hebraico e comunica-se em polonês.




Vídeo mostrando Audrey Hepburn falando várias línguas:


Leia Mais…

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O que é ser um poliglota?

É considerado poliglota a pessoa que fala quatro ou mais línguas (incluindo a sua língua nativa). Quando eu digo falar, quero dizer o domínio completo da língua, ou seja, tem que falar, ouvir, escrever e ler fluentemente.



E como saber o seu nível de proficiência?

Várias entidades tem classificações de proficiência, aqui vou colocar umas das mais conhecidas e minha predileta, que é do Conselho Europeu. São seis níveis, divididos em A1, A2, B1, B2, C1 e C2.

Básico

A1 - "É capaz de compreender e utilizar expressões familiares e correntes assim como enunciados simples que visam satisfazer necessidades imediatas. É capaz de apresentar-se ou apresentar alguém e colocar questões ao seu interlocutor sobre assuntos como, por exemplo, o local onde vive, as suas relações, o que lhe pertence, etc. É capaz de responder ao mesmo tipo de questões. É capaz de comunicar de forma simples desde que o seu interlocutor fale clara e pausadamente e se mostre colaborante."

A2 - "É capaz de compreender frases isoladas e expressões de uso frequente relacionadas com assuntos de prioridade imediata (por exemplo, informações pessoais e familiares simples, compras, meio envolvente, trabalho). É capaz de comunicar em situações correntes que apenas exijam trocas de informações simples e directas sobre assuntos e actividades habituais. É capaz de descrever com meios simples a sua formação, o seu meio envolvente e referir assuntos que correspondam a necessidades imediatas."

Intermediário

B1 - "É capaz de compreender os pontos essenciais quando a linguagem padrão utilizada é clara, tratando-se de aspectos familiares em contextos de: trabalho, escola, tempos livres, etc. É capaz de participar na maior parte das situações que podem ocorrer em viagem, numa região onde a língua alvo é falada. É capaz de organizar um discurso simples e coerente sobre assuntos familiares, em diferentes domínios de interesse. É capaz de relatar acontecimentos, experiências ou um sonho, expressar um desejo ou uma ambição e justificar, de forma breve, as razões de um projecto ou de uma ideia."

B2 - "É capaz de compreender o conteúdo essencial de assuntos concretos ou abstractos num texto complexo, incluindo uma discussão técnica na sua especialidade. É capaz de comunicar com uma grande espontaneidade que permita uma conversa com um falante nativo, não se detectando tensão em nenhum dos falantes. É capaz de exprimir-se de forma clara e pormenorizada sobre uma vasta gama de assuntos, emitir uma opinião sobre uma questão actual e discutir sobre as vantagens e as desvantagens de diferentes argumentos."

Avançado

C1 - "É capaz de compreender uma vasta gama de textos longos e complexos, assim como detectar significações implícitas. É capaz de exprimir-se de forma espontânea e fluente sem, aparentemente, ter de procurar as palavras. É capaz de utilizar a língua de maneira eficaz e flexível na sua vida social, profissional ou académica. É capaz de exprimir-se sobre assuntos complexos, de forma clara e bem estruturada, e de mostrar domínio dos meios de organização, de articulação e de coesão do discurso."

C2 - "É capaz de compreender sem esforço praticamente tudo o que lê ou ouve. É capaz de reconstituir factos e argumentos de fontes diversas, escritas e orais, resumindo-as de forma coerente. É capaz de se exprimir de forma espontânea, fluente e precisa e de distinguir pequenas diferenças de sentido relacionadas com assuntos complexos."

Leia Mais…

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Copa do Mundo: Suiça

Suiça




Localização: Europa Central
População: 7,5 milhões
Idiomas falados: São quatro idiomas oficiais: alemão, italiano, francês e romanche.
Turismo: Apenas olhando seus idiomas oficiais, percebe-se que a Suiça tem uma grande diversidade cultural. Assim, pode-se conhecer um pouco da cultura alemão visitando Zurique, um pouco da francesa visitando Genebra(foto) ou a italiana em Lugano. A maior parte das cidades suiças tem edifícios históricos bem preservadas, ruas limpas e transporte organizado, são cerca de 1000 museus por todo o país. Além da tradição histórica e cultural, a suiça oferece roteiros gastronômicos. O país tem uma famosa culinária baseada em vinhos, chocolates e foundes, mas pode-se apreciar também comidas mais tradicionais como a batata Rösti e o Pizoktel.

Hino Nacional da Suiça


Em alemão: Schweizerpsalm


Por Leonhard Widmer (1809-1867).

1.ª estrofe

Trittst im Morgenrot daher,
Seh' ich dich im Strahlenmeer,
Dich, du Hocherhabener, Herrlicher!
Wenn der Alpenfirn sich rötet,
Betet, freie Schweizer, betet!
Eure fromme Seele ahnt
Gott im hehren Vaterland,
Gott, den Herrn, im hehren Vaterland.

2.ª estrofe

Kommst im Abendglühn daher,
Find' ich dich im Sternenheer,
Dich, du Menschenfreundlicher, Liebender!
In des Himmels lichten Räumen
Kann ich froh und selig träumen!
Denn die fromme Seele ahnt
Gott im hehren Vaterland,
Gott, den Herrn, im hehren Vaterland.

3.ª estrofe

Ziehst im Nebelflor daher,
Such' ich dich im Wolkenmeer,
Dich, du Unergründlicher, Ewiger!
Aus dem grauen Luftgebilde
Tritt die Sonne klar und milde,
Und die fromme Seele ahnt
Gott im hehren Vaterland,
Gott, den Herrn, im hehren Vaterland.

4.ª estrofe

Fährst im wilden Sturm daher,
Bist Du selbst uns Hort und Wehr,
Du, allmächtig Waltender, Rettender!
In Gewitternacht und Grauen
Lasst uns kindlich ihm vertrauen!
Ja, die fromme Seele ahnt,
Ja, die fromme Seele ahnt
Gott im hehren Vaterland,
Gott, den Herrn, im hehren Vaterland!

Em francês: Cantique suisse

Por Charles Chatelanat (1833-1907).

1.ª estrofe

Sur nos monts, quand le soleil
Annonce un brillant réveil,
Et prédit d'un plus beau jour le retour,
Les beautés de la patrie
Parlent à l'âme attendrie;
Au ciel montent plus joyeux
Les accents d'un cœur pieux,
Les accents émus d'un cœur pieux.

2.ª estrofe

Lorsqu'un doux rayon du soir
Joue encore dans le bois noir,
Le cœur se sent plus heureux près de Dieu.
Loin des vains bruits de la plaine,
L'âme en paix est plus sereine,
Au ciel montent plus joyeux
Les accents d'un cœur pieux,
Les accents émus d'un cœur pieux.
3.ª estrofe

Lorsque dans la sombre nuit
La foudre éclate avec bruit,
Notre cœur pressent encore le Dieu fort;
Dans l'orage et la détresse
Il est notre forteresse;
Offrons-lui des coeurs pieux:
Dieu nous bénira des cieux,
Dieu nous bénira du haut des cieux.

4.ª estrofe

Des grands monts vient le secours;
Suisse, espère en Dieu toujours!
Garde la foi des aïeux, Vis comme eux!
Sur l'autel de la patrie
Mets tes biens, ton cœur, ta vie!
C'est le trésor précieux
Que Dieu bénira des cieux,
Que Dieu bénira du haut des cieux.

Em italiano: Salmo svizzero

Por Camillo Valsangiacomo (1898-1978).

1.ª estrofe

Quando bionda aurora il mattin c'indora
l'alma mia t'adora re del ciel!
Quando l'alpe già rosseggia
a pregare allor t'atteggia;
in favor del patrio suol,
cittadino Dio lo vuol.

2.ª estrofe

Se di stelle è un giubilo la celeste sfera
Te ritrovo a sera o Signor!
Nella notte silenziosa
l'alma mia in Te riposa:
libertà, concordia, amor,
all'Elvezia serba ognor.

3.ª estrofe

Se di nubi un velo m'asconde il tuo cielo
pel tuo raggio anelo Dio d'amore!
Fuga o sole quei vapori
e mi rendi i tuoi favori:
di mia patria deh! Pietà
brilla, sol di verità

4.ª estrofe

Quando rugge e strepita impetuoso il nembo
m'è ostel tuo grembo o Signor!
In te fido Onnipossente
deh, proteggi nostra gente;
Libertà, concordia, amor,
all'Elvezia serba ognor.

Em romanche: Psalm svizzer

1.ª estrofe

En l'aurora la damaun ta salida il carstgaun,
spiert etern dominatur, Tutpussent!
Cur ch'ils munts straglischan sura,
ura liber Svizzer, ura.
Mia olma senta ferm,
Mia olma senta ferm Dieu en tschiel,
il bab etern, Dieu en tschiel, il bab etern.

2.ª estrofe

Er la saira en splendur da las stailas en l'azur
tai chattain nus, creatur, Tutpussent!
Cur ch'il firmament sclerescha
en noss cors fidanza crescha.
Mia olma senta ferm,
Mia olma senta ferm Dieu en tschiel,
il bab etern, Dieu en tschiel, il bab etern.

3.ª estrofe

Ti a nus es er preschent en il stgir dal firmament,
ti inperscrutabel spiert, Tutpussent!
Tschiel e terra t'obedeschan
vents e nivels secundeschan.
Mia olma senta ferm,
Mia olma senta ferm Dieu en tschiel,
il bab etern, Dieu en tschiel, il bab etern.

4.ª estrofe

Cur la furia da l'orcan fa tremblar il cor uman
alur das ti a nus vigur, Tutpussent!
Ed en temporal sgarschaivel
stas ti franc a nus fidaivel.
Mia olma senta ferm,
Mia olma senta ferm Dieu en tschiel,
Il bab etern, Dieu en tschiel, il bab etern.

Tradução: Cântico Suiço

1.ª estrofe

Quando de manhã crescer o céu vermelho
E nos derramar o seu esplendor,
Tu, ó Senhor, na tua luz apareces
Quando os Alpes brilhando com esplendor,
Orar a Deus, a entrega a Ele,
Para tu sentires e compreenderes,
Que Ele vive nesta terra.

2.ª estrofe

No pôr do sol, Tu és noite
E para além do céu estrelado,
Tu, ó Pai amoroso, sempre perto.
Quando estamos partindo para o céu,
Alegria e êxtase Tu determinas,
Por nós sentirmos e comprendermos
Que Tu vives nesta terra.

3.ª estrofe

Quando as nuvens negras cobrem as colinas
E a névoa cinzenta enche o vale,
Tu ainda não Te escondeste dos Teus filhos.
Perfurando a escuridão em que nos cobrem
Com o poder da Tua alvorada
Em seguida, iremos sentir e compreender
Que Deus vive nesta terra.

4.ª estrofe

Para nós, na selvagem tempestade que vem,
Tu nos dás resistência e fortaleza,
Tu, onipotente sentença, salva-nos!
Durante noites de horror e trovoadas
Vamos confiar no Ele infantil!
Sim, estamos a sentir e compreender
Que Deus vive nesta terra.

Fonte

Leia Mais…

terça-feira, 22 de junho de 2010

Copa do Mundo: Honduras

Honduras



Localização: América Central
População: 8 milhões
Idiomas falados: Espanhol. Ainda são faladas línguas nativas como o garífuna e chorti
Turismo: Na atual capital Tugucigalpa e na antiga Comayagua é possível visitar vários edifícios de caráter histórico. Um ponto turístico bastante visitado é o sítio arqueológico conhecido como Ruínas de Copan (foto), cidade da civilização Maya, bem preservada. Além disso, o país tem um lindo litoral, com a segunda maior barreira de corais do mundo.


Hino Nacional de Honduras


Letra

REFRÃO:

Tu bandera es un lampo de cielo
Por un bloque, de nieve cruzado;
Y se ven en su fondo sagrado
Cinco estrellas de pálido azul;
En tu emblema que mar rumoroso
Con sus ondas bravías escuda,
De un volcán, tras la cima desnuda
Hay un astro, de nítida luz.

Verso 1

India virgen y hermosa dormías
De tus mares al canto sonoro,
Cuando echada en tus cuencas de oro
El audaz navegante te halló;
Y al mirar tu belleza extasiado
Al influjo ideal de tu encanto,
La orla azul de tu espléndido manto
Con su beso de amor consagró.

Verso 2

De un país donde el sol se levanta,
Mas allá del Atlante azulado,
Aquel hombre que te había soñado
Y en tu busca a la mar se lanzó.
Cuando erguiste la pálida frente,
En la viva ansiedad de tu anhelo,
Bajo el dombo gentil de tu cielo
Ya flotaba un extraño pendón.

Verso 3

Era inutil que el indio tu amado
Se aprestara a la lucha con ira,
Porque envuelto en su sangre Lempira,
En la noche profunda se hundió;
Y de la épica hazaña, en memoria,
La leyenda tan sólo ha guardado
De un sepulcro el lugar ignorado
Y el severo perfil de un peñón.

Verso 4

Por tres siglos tus hijos oyeron
El mandato imperioso del amo;
Por tres siglos tu inútil reclamo
En la atmosfera azul se perdió;
Pero un día gloria tu oído
Percibió, poderoso y distante,
Que allá lejos, por sobre el Atlante,
Indignado rugía un León.

Verso 5

Era Francia, la libre, la heroica,
Que en su sueño de siglos dormida
Despertaba iracunda a la vida
Al reclamo viril de Dantón:
Era Francia, que enviaba a la muerte
La cabeza del Rey consagrado,
Y que alzaba soberbia a su lado,
El Altar de la Diosa razón.

Verso 6

Tú también, ¡oh mi patria!, te alzaste
De tu sueño servil y profundo;
Tú también enseñastes al mundo
Destrozado el infame eslabón.
Y en tu suelo bendito, tras la alta
Cabellera del monte salvaje,
Como un ave de negro plumaje,
La colonia fugaz se perdió

Verso 7

Por guardar ese emblema divino,
Marcharemos Oh Patria a la muerte,
Generosa será nuestra suerte,
Si morimos pensando en tu amor.
Defendiendo tu santa bandera
Y en tus pliegues gloriosos cubiertos,
Serán muchos, Oh Honduras tus muertos,
Pero todos caerán con honor.

Tradução
 
REFRÃO:

Tua bandeira é como uma luz do céu
Por um bloco, de neve cruzada;
E se vê em suas profundezas sagradas
Cinco estrelas de um azul pálido
Em teu emblema de mar agitado
Com suas ondas selvagens como escudo,
De um vulcão, as cinzas desnudam
Existe uma estrela, de luz clara.
Versículo 1

Índia virgem e bela que dormia
De seus mares à sua canção ressonante,
Quando deitado em teus vales de ouro
O audaz navegador te encontrou;
E, olhando extasiado tua beleza Influenciado por teu encanto,
A orla azul de teu esplêndido mento
Com seu beijo de amor consagrou.

Verso 2

Em um país onde o sol nasce,
Além do azul do Atlântico,
O homem que você sonhou
E em sua busca ao mar se lançou.
Quando ele ergueu o rosto pálido,
Na ansiedade animada de seu anseio,
Sob a brisa suave do teu céu
Já flutuava uma bandeira estranha.

Versículo 3

Era inútil que o teu amado índio
Precipitou-se para a luta com ira,
Pois envolto em seu sangue Lempira,
Na noite profunda se afundou;
E o ato heróico, na memória,
Só a lenda se salvou
De um túmulo em um lugar esquecido
E o severo perfil de um penhasco.

Versículo 4

Durante três séculos os seus filhos ouviram
O mando imperioso do amo;
Durante três séculos, reivindicou inutilmente
Na atmosfera azul perdeu-se;
Mas um dia glorioso você ouviu
Percebeu, poderoso e distante
que além, sobre o Atlântico,
Indignado, o leão rugiu.

Versículo 5

Era a França, a livre, a heróica,
Que em seu sono de séculos dormia
Despertava ansiosa para a vida
Ao chamado viril de Danton:
Era a França, que enviou à morte
A cabeça do rei consagrado,
E orgulhosamente ficava ao seu lado,
O Altar da Deusa da razão.

Versículo 6

Você também, oh meu país!, Levantou-se
De seu sono profundo de servidão;
Você também ensinou ao mundo
Destruído o elo infame.
E no teu bem-aventurado solo, detrás a alta
Cabeleira do monte selvagem,
Como um pássaro de plumagem negra,
A colônia foi perdida

Versículo 7

Para guardar este emblema sagrado,
Marcharemos Oh Pátria para a morte,
Generosa nossa morte será,
Se morrermos pensando em teu amor.
Defendendo a tua bandeira sagrada
E em tuas dobras cobrir glorioso,
Serão muitos, Honduras Oh teus mortos,
Mas todos tombarão com honra

Leia Mais…
Related Posts with Thumbnails
 
BlogBlogs.Com.Br